[REVIEW] Gintama

Gintama é um mangá escrito e ilustrado por Hideaki Sorachi e que é publicado na Weekly Shonen Jump. Ele teve seu primeiro capítulo publicado em 8 de dezembro de 2003 e tem, até o presente momento, 46 volumes publicados e um total de 420 capítulos produzidos. A versão animada teve seu primeiro episódio exibido na TV Tokyo em 4 de abril de 2006 e parou de ser exibida em 25 de março de 2010 com um total de 201 episódios. Pouco tempo após o encerramento do anime, em 5 de abril de 2010, a série começou a ser reprisada em HD sob o nome de "Yorikuki Gintama-san" (O Melhor de Gintama). No entanto, apenas 52 episódios foram exibidos. Posteriormente, em 4 de abril de 2011 a série voltou a ser exibida e teve mais 41 episódios animados sendo pausada temporariamente de novo em 26 de março de 2012. Recentemente, em outubro de 2012, a série retornou e está, atualmente, com 255 episódios.

O enredo ocorre em Edo, numa era onde a Terra foi invadida e conquistada por alienígenas conhecidos como Amanto. Nesse cenário encontram-se Sakata Gintoki, um samurai preguiçoso que trabalha como freelancer (basicamente, um faz-tudo) para pagar o aluguel do local onde vive. Ele é auxiliado por Shimura Shinpachi, um rapaz que vive apenas com a irmã num Dojo caindo aos pedaços e que pertencia ao pai deles, e por Kagura, uma garota alienígena com força sobre-humana e que quer juntar dinheiro para poder retornar para sua casa. Os três se metem nas mais inacreditáveis enrascadas enquanto trabalham.

O mangá tem obtido grande sucesso estando, geralmente, entre os dez mais vendidos. Em 2009 já haviam sido vendidas um total de 29 milhões de cópias dos mangás. A adaptação em anime também alcançou grande sucesso e é bastante popular. Gintama figura entre as séries mais populares da Jump e recebeu muitas críticas positivas da mídia especializada, sendo a comédia e os personagens os fatores mais bem avaliados. A crítica negativa foi direcionada ao estilo do mangá.

Gintama é um mangá bastante peculiar. Apesar de ter um enredo central, a trama se desenrola na maior parte do tempo através de eventos cotidianos e das aventuras do trio protagonistas através de histórias curtas e cheias de piadas sobre outros animes e mangás e também outros produtos da TV japonesa (e até filmes americanos). O estilo único é bastante divertido, mas pode deixar o leitor sem saber quando a história realmente irá tomar algum rumo. Além disso, alguns dos capítulos contém tantas referências a coisas de fora do universo dos mangás e animes que quem não vive no Japão não vai conseguir entender.

Os personagens são o ponto forte dessa série. Eles são extremamente carismáticos e é muito fácil se apegar a eles. Cada um possui sua própria maneira de ser e o desenvolvimento dos detalhes acerca de cada um durante o enredo é muito bem feito. Na minha opinião, os personagens dessa série são realmente mais interessantes do que outros mais famosos como o trio de Naruto (que, pra mim, são muito sem graça). As desventuras do trio Yorozuya são bem mais cativantes pelo simples fato destes terem um grau muito mais elevado de carisma do que os do trio citado anteriormente.

O fator comédia reina nesse mangá, mas ele também possui um enredo sério por trás e que é muito bem desenvolvido e retratado quando os arcos se iniciam. Tais arcos são curtos, mas isso não faz deles mais simples que os arcos de centenas de capítulos de outros shonens. A trama é muito bem desenvolvida e muito séria quando precisa ser. O desenvolvimento e o carisma dos personagens contribuem ainda mais para que o interesse se mantenha elevado no enredo principal.

A versão animada possui as mesmas características citadas acima, no entanto, é preciso citar outros fatores. O trabalho da dublagem é simplesmente soberbo. As vozes se encaixaram perfeitamente nos seus respectivos personagens e a transmissão do sentimento também é muito forte nos momentos tensos do enredo. Outra característica está na animação das cenas. Estas foram muito bem feitas e são bastante fluídas, especialmente, nas cenas de ação dos arcos da história. E o ponto mais forte fica por conta da trilha sonora que foi eleita pelos japoneses, recentemente, como a terceira melhor dos animes. Eu, particularmente, gostei muito também e considero a música da opening 1 uma das melhores que eu já ouvi. A série também possui poucos fillers.

É preciso citar uma coisa antes de encerrar. Para aqueles que quiserem ver o anime e depois ler o mangá ou vice-versa fiquem avisados que os capítulos do mangá não foram animados na mesma ordem de aparição para o anime. Ou seja, o conteúdo de determinado capítulo do mangá pode representar um episódio do anime que ocorre bem mais tarde. Um exemplo para deixar mais claro (é apenas um exemplo, pode não corresponder à realidade do capítulo e episódio citados): o capítulo 20 do mangá pode ser o episódio 40 do anime. É algo assim. Portanto, atenção!

Eu definitivamente recomendo Gintama para aqueles que gostam de dar muitas risadas e não se importam muito com a questão do enredo. O enredo, no entanto, existe e é bastante sério e emocional quando necessário e também é um dos destaques. Aqueles que curtem personagens interessantes e carismáticos também não irão se arrepender. No entanto, nem pense em perder tempo se o que você gosta são lutas empolgantes. Gintama possui várias lutas boas, mas tais lutas ocorrem em arcos muito distantes uns dos outros e simplesmente pular os episódios como se estes fossem fillers fará você se perder mais pra frente. Apesar da maioria das histórias serem curtas elas podem ter impactos futuros no enredo. Enfim, Gintama é um daqueles animes que podem te cativar instantaneamente, mas que também pode cansar um pouco aqueles que estiverem aguardando o desenvolvimento do enredo central. Eu recomendo! Vale a pena ver pelo menos alguns episódios antes de decidir se vai optar por acompanhar ou não. É diversão garantida!